Quando a raiz é ralada ou mordida, enzimas liberam cianeto — o mesmo veneno famoso em histórias de espionagem.
Sem fervura ou fermentação adequadas, o composto permanece nos alimentos.
Em comunidades africanas com dieta pobre em proteínas, o consumo repetido de mandioca mal processada leva ao konzo.
O cianeto atinge o sistema nervoso, provocando fraqueza súbita nas pernas e possíveis sequelas permanentes.
A casca guarda a maior parte das toxinas. Retire-a por completo.
Rale ou descasque a raiz e cubra com água limpa por 24–48 h. No Norte do Brasil, a farinha d’água segue esse método.
Ferver por pelo menos 20 minutos rompe as moléculas tóxicas. Raízes cruas não devem ser consumidas nunca.
O corpo detoxifica melhor o cianeto se houver aminoácidos disponíveis. Inclua ovos, peixes ou leguminosas na refeição.
Casos graves ocorrem em situações extremas: seca prolongada, guerra ou pobreza.
Onde tradições culinárias estão vivas, os erros são raros.
Mesmo assim, vale reforçar boas práticas nos manuais de saúde pública.
Processada da forma correta, vira aliada de dietas energéticas e acessíveis.
A mandioca não é inimiga: o risco mora na falta de conhecimento.
Descascar, fermentar, ferver e equilibrar a refeição bastam para transformar um possível veneno em alimento seguro, versátil e delicioso — prova de que tradição e ciência, juntas, protegem o prato e a saúde.